A memória respira nas pedras
A memória respira nas pedrasprorrogandoqualquer submersão — com uma calma involuntária —outrasformas de escoamentodasreferências:em raptos constantes — mas incontínuos —hoje se expõemàdescompressãodos espantos (sedativos)quecaminhamcomigo:nossosrecentes confinamentossãoenfim irrecusáveis?desperdícioé um modo de não esquecer— instaurando — sopro a sopro:umdenso envelhecimento;pertodos sons que nos cicatrizam:comoreceber essa água levadaaolimiar de toda dor?numviveiro de vertigens:os rangidos em regressoàsdisjunçõesda idade gestacional comportamumasubsistência quaserítmica— entre as sobrasdealguns segundos —distribuirdesordenadamente os olhos;dentrodaareia:distribuirvoluntariamente os poros;letraaletra:(agoratambém observarei as mutaçõesdacatatonia?):interrogando — de vão em vão —umtenso renascimento:(agoraapenas conservarei as mutaçõesdacatatonia?):enquanto algumas lacunas — mesmo relutantes —percorremesses silêncios que nos somamaos insumosdeum soloinsurgente:novos rastros da placentaoscilamem meio a outra desconcentração — ainda escuto —antesde consumir sua contingência?aquelas últimas noiteslogocedo recolheram os nomes que equilibramosnorosto adulteradopela distensãododelírio— onde finco um fôlego —com a línguajáinseminada nos espaços atingidosporuma insôniasolar:alimentaremosesteinstante que cerca quasetodainundação— emergindo de gestos elípticos —sincronizareiamontagem dos ossosemmúltiplasfaces:até experimentar as primeiras sílabasapósuma solidão ambígua:interagircom sintaxes quimicamentereunidasemcorpos prestesadesaparecer
Casé Lontra Marques
nasceu em 1985, em Volta Redonda (RJ). Mora em Vitória (ES). Publicou Movo as mãos queimadas sob a água, Saber o sol do esquecimento e Mares inacabados, entre outros.
Disponibiliza seus livros digitalmente em caselontramarques.blogspot.com.br.
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